Relatos de parto

FRANCISCO

Ana Luíza & Tarcísio

Era quinta feira dia 09/03, dia de pré natal, passei o dia tranquila, chegando em Belo Horizonte comecei a sentir contrações de treinamento, e quando Dr Sandro foi me examinar eu estava com 2 cm de dilatação, não sentia nenhuma dor.

No caminho voltando para Congonhas as contrações começaram a ficar regulares. Passei a madrugada toda sentindo contrações  regulares de 5 em 5 minutos… fiz exercícios na bola Suíça, senti dor apenas na perna, caminhei em casa enquanto não amanhecia, pois não conseguia ficar deitada.

Pensei a noite toda “Será que eu estou em trabalho de parto?” Esperei amanhecer pois eu não estava sentindo dor, às 07:30 resolvi comunicar ao nosso obstetra, que pediu para que eu voltasse em BH e fizesse uma avaliação com ele. Cheguei na maternidade às 09:30 e tinha evoluído para 3 cm… ele pediu para que ficasse por perto do hospital pois era bem provável que Francisco viria ao mundo naquele dia (10/03), e assim foi, procuramos um hotel por perto. A recomendação era ficar monitorando as contrações e tomar banhos quentinhos para aliviar.

Chegamos no hotel, enquanto Tarcisinho fazia o Check-in já comecei a sentir um incômodo, muita vontade de movimentar. Eu descia e subia as escadas, isso aliviava aquele desconforto… o quarto foi liberado às 11:13, só deu tempo de tomar um banho rápido e fazer alguns exercícios, as dores começaram a ficar mais intensas, o tampão saiu, as contrações estavam vindo de três em três minutos, além disso comecei a sentir a calcinha úmida.

Ligamos para o obstetra que pediu para fazer mais uma avaliação. Voltamos para o hospital por volta de 11:50, fui entrando para avaliar enquanto meu esposo e minha mãe faziam minha ficha. Eu já estava com 5 cm de dilatação, a bolsa tinha estourado mas a cabeça do Francisco estava fazendo uma espécie de tampa, sendo isso o motivo que impedia de sair grande quantidade de líquido, por isso nem percebi. Tarcisinho chegou, o Dr Sandro falou “ É hoje Tarcísio, Ana já evoluiu para 5 cm, a bolsa já tinha rompido. Pode ir fazendo a ficha de internação”

Subimos para a ala de parto normal, eu e Dr Sandro com toda sua calma, não foi de elevador… fomos de escada para ajudar na dilatação. Parecia que eu não ia conseguir chegar até o último degrau.

Fomos para a suíte provisória, enquanto preparavam e limpavam a suíte PPP. Minha mãe chegou e ali começou um processo de confiança e entrega, eu já tinha preparado uma playlist para o nascimento do Francisco… mas no momento eu só queria ouvir as músicas do Frei Gilson, enquanto Tarcisinho corria para resolver a internação minha mãe me acalmava, jogava água quentinha nas minhas costas, me ajudava com os exercícios na bola Suíça e ainda me abanava. Ficamos assim por quase uma hora e a cada contração eu ouvia dela que eu que o melhor de Deus estava vindo (inclusive trecho da música do Frei Gilson)…

Não posso deixar de mencionar a doula Paula que em todos os momentos me lembrou que eu iria conseguir, que eu estava indo bem… as dores ficaram mais intensas, e a suíte PPP foi liberada. Com ajuda da minha mãe e da doula Paula fui fazer a troca de quarto, fui de quatro apoios pois era a única maneira que eu conseguia ficar. E aí o doutor Sandro olhou a dilatação, já estava com 9 cm.
Tarcisinho chegou nesse momento, correndo para não perder o nascimento do Francisco. E não é que o Francisco estava esperando só o papai dele chegar? Comecei a fazer os puxos e no intervalo da contração consegui entrar na banheira. Tarcisinho tentou trocar a calça jeans por uma bermuda para entrar comigo na banheira, mas não daria tempo. Então ele só puxou a calça jeans e sentou atrás de mim, me dando apoio físico e emocional.

 

 

O Dr. Sandro disse que Francisco era cabeludo e que era para tocar nele, foi um combustível para continuar firme e naquele momento não sei de onde arrumei tanta força para conhecer o amor da minha vida. Francisco chegou no mundo dia 10/03/23, com 37 semanas e 5 dias, pesando 3.400 kg e 48 cm, um choro leve e calmo, bochechudo! Um parto lindo, sem nenhuma intervenção, uma transição serena e respeitada. Sem corte precoce de cordão, sem ser separado da mamãe, do papai e da vovó. Ficou o tempo todo pele a pele comigo, Vovó e Papai que vestiram a primeira roupinha no Francisco.
Só sei agradecer a Deus por tamanha benção.
Ao meu esposo e minha mãe, minha base!
O Dr. Sandro, que sempre me colocou como protagonista, me ensinou a ver o parto normal com um outro olhar, e me mostrou que dor não é sinônimo de sofrimento.

 

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