Relatos de parto

Lucas

Lívia & César

Em novembro de 2018 eu (Lívia) e meu marido (César) tivemos a felicidade de ficarmos grávidos, mas, infelizmente nossa alegria durou pouco, pois na sétima semana de gestação ao realizar um ultrassom nos foi dito que o embrião não possuía batimentos cardíacos.

Ficamos muito tristes, mas não perdemos a esperança de um dia sermos pais. Então, um ano após aquela dolorosa notícia, nossos corações se encheram de alegria e amor ao sabermos que eu estava grávida novamente.

Começamos o pré-natal com uma médica muito atenciosa e que gostamos muito, mas conforme a gravidez ia evoluindo e nossos estudos sobre o assunto  aprimorando, percebemos que a melhor opção seria escolher uma obstetra que desse preferência para o parto normal, nos transmitisse maior segurança quanto à realização de uma cesariana somente se necessário, e que primasse por um parto respeitoso através da promoção de boas práticas com a mãe e o bebê.

Dessa forma, a Dra. Avelina encaixou como uma luva em relação às nossas expectativas e hoje temos a certeza de que foi a melhor escolha para nossas vidas.

Com 40 semanas de gravidez começamos a ficar ansiosos pela vinda do Lucas, mas a Dra. Avelina nos tranquilizou dizendo que estava tudo bem, que nosso filho viria no tempo dele e que conforme fosse, poderíamos induzir o parto. Assim, dia 21 de agosto, sexta-feira, com 40 semanas e 6 dias fomos à maternidade Neocenter para que as membranas fossem descoladas com o objetivo de acelerar o nascimento.

Ainda na sexta-feira, comi muitas tâmaras, tomei chá de canela, gengibre, fiz escalda pés, caminhada, massagem, fiz exercícios com a bola de pilates, tomei dois dedinhos de vinho e queria namorar, mas o vinho me apagou (kkkkk) e me fez dormir muito bem.

No sábado às 10:30 da manhã quando fui ao banheiro identifiquei uma substância gelatinosa e vermelha, tirei uma foto e mandei para a Dra. Avelina, era o meu tampão que havia saído. Naquela hora senti um misto de emoções pois percebi que o meu corpo assimilou todos os procedimentos feitos no dia anterior, o trabalho de parto estava próximo e nós iríamos conhecer nosso bebezinho. No início da tarde (14:30) comecei a sentir uma cólica bem levinha que aos poucos foi ficando dolorida e às 17:30 estavam insuportáveis.

A doula me ajudou no alívio da dor. Todas as vezes que a contração vinha ela me abraçava e dizia que era assim mesmo. No início da noite a enfermeira obstétrica chegou à minha casa fez o exame de toque e disse que era hora de irmos para a maternidade.

As dores estavam muito fortes e o intervalo entre as contrações muito pequeno o que me fez ficar desesperada. Eu, meu marido, a doula e a enfermeira entramos no carro e aqueles minutos até a maternidade pareciam durar um século.

Ao chegarmos à maternidade eu já estava muito impaciente e ao encontrar a Dra. Avelina nos corredores pedi por uma analgesia.

Dra. Avelina sempre muito calma, atenciosa e profissional esclareceu que se eu entrasse na banheira quente eu poderia sentir um alívio em relação às dores. Então, entrei na banheira quente, mas não consegui ficar nem 5 minutos e logo saí.

Por volta das 20 horas tomei a primeira dose de analgesia o que me fez muito bem porque eu consegui descansar um pouco e depois me movimentar (fiz agachamento, dancei, fiz exercícios com a bola de pilates etc). Aos poucos o efeito da analgesia foi passando e voltei a sentir as dores novamente, mas dessa vez as dores eram diferentes.

Eu estava entrando no período expulsivo, pois sentia uma pressão muito grande na pélvis. Recebi mais uma dose de analgesia e voltei a fazer os agachamentos e demais exercícios para que o Lucas viesse.

Sentei no banquinho por um tempo, depois fiquei de cócoras e por último fui para a maca e fiquei semi-sentada. Nessa hora, eu estava sentindo muitas dores, mas devido às sessões de fisioterapia para o assoalho pélvico e os treinamentos feitos nas sessões com o epi-no eu já sabia o que esperar e o que fazer. Dra. Avelina e toda a equipe tiveram paciência para que eu experimentasse e depois escolhesse a posição que eu me sentia mais capaz.

Então, por volta de 1 hora da madrugada de domingo o nosso bebê arco-íris nasceu cheio de saúde e hoje quando fecho os olhos e me lembro daquele momento posso sentir aquela sensação novamente, uma pele quentinha, escorregadia e delicada sobre o meu peito... uma das melhores sensações da minha vida!

Todas as observações que estavam no meu plano de parto foram seguidas pela Dra. Avelina, bem como, por toda a equipe, o que fez daquele momento ainda mais especial e cheio de amor.

Foi assim... e ele ficou mamando durante um tempo grudadinho em mim. Mas todos sabemos que o parto somente acaba com o nascimento da placenta não é? E a minha não nasceu de forma espontânea eu tive o que chamam de acretismo placentário, a placenta se fixa profundamente na parede uterina, ultrapassando o limite normal de fixação. Então, aproximadamente uma hora após o parto tive que descer para o bloco cirúrgico para que pudesse ser feito o descolamento da placenta e posterior curetagem.

 

Graças a Deus, a Dra. Avelina conseguiu conter a hemorragia através dos meios farmacológicos não sendo necessário a utilização do balão, nem a realização de cirurgia de histerectomia, com retirada do útero.

Hoje estamos felizes, gratos a Deus e à Dra. Avelina e a toda a equipe de profissionais que nos acompanhou nessa jornada repleta de desafios e vitórias que foi o nascimento do nosso bebezinho arco-íris, Lucas.

12 de Outubro de 2020.

Lívia e César