A psicóloga e obstetriz, Márcia Ratton, assessora do Ministério da Saúde do Chile, viveu muitos anos em Belo Horizonte. Durante a década de 1980 preparou muitas mulheres para o parto. Aqui ela vai responder sobre as implicações psicológicas do nascimento para a mãe e o bebê.
"O parto é um momento doloroso para o nenê, pois transforma totalmente seu meio habitat, além de sair de um meio aquático para um meio aéreo, de uma temperatura constante, de um contato suave dado pelo próprio líquido amniótico, as membranas, a placenta, o cordão umbilical que fazem massagens deliciosas sobre o corpo do nenê. Ele está sujeito a contrações que sente que o expulsam, o comprimem, o levam para um caminho sem retorno, ao desconhecido, ou ainda a mais violência frente a uma cesárea onde sem nenhuma preparação por uma emergência é retirado à força por mãos que o puxam com muita rapidez. É um momento difícil, principalmente quando a mãe não foi preparada por uma convivência de comunicação desde o útero. Por isso, é fundamental a preparação da gestante para diminuir esta situação de tanto estresse para o bebê, para quer assim os hormônios do amor, endorfinas, ocitocina, prolactina, este encontro de olho a olho é o que permite que o nenê faça o vínculo do AMOR, ficando em ambas as retinas a lembrança deste encontro de aceitação. A mãe e o pai falam suavemente com ele ou com ela, reconhecendo aus vozes e com as mãos carinhosas cheias de ternura fazem suaves carícias, assim, acontece o Apego/Vínculo Seguro, onde o nenê está num estado alerta e guardará estes registros, que são fundamentais para seu desenvolvimento cerebral integral, diminuindo assim o Trauma do Nascimento, deixando que a emoção tome conta das pessoas e do ambiente, onde a segurança e amor estão presentes".