Relatos de parto

Esther

Joyce & Michel

A gestação da Esther foi a maior prova de que nosso tempo não é o mesmo de Deus. 
Engravidei 1 ano e pouco após ter uma gravidez ectópica e perder uma trompa. Foram dias difíceis e pensamos até em não ter mais filhos. Mas, ainda bem que passamos o controle da nossa vida para o Senhor e ele nos presenteou com uma gravidez que não foi completamente planejada, mas muito esperada. Sonhávamos em ter uma menininha para completar nossa família. 
A gravidez foi tranquila, apesar do medo inicial de ser outra gravidez na trompa. Foi um tempo de confiança e entrega total ao Senhor.
O dia provável de parto (DPP) era 08/06, quando completaria 40 semanas. Mas como era a segunda gravidez todos diziam que ela adiantaria e viria antes. Eu mesma tinha certeza disso. Mas, mais uma vez Jesus nos mostrou que Ele é o Dono do tempo, e, contrariando todas as expectativas ela nasceu de 40 semanas + 4 dias, no dia 12/06 (sim, no dia do amor).  
Até esse dia não tinha sentido nada que comprovasse que estava próximo, a não ser por umas contrações sem ritmo dias antes. 
Nos dias que antecederam fiz acupuntura, escalda pés, namorei, tomei óleo de prímula, tudo que me falavam que ajudava a induzir o parto.
No dia 11/06 fui pra casa da minha mãe, almocei e fiquei por lá até umas 20h. Chegamos em casa, colocamos o Ben para dormir e fomos assistir um filme.
Entre algumas cenas, por volta de 22h30, comecei a sentir contrações mais fortes e ritmadas. Vinham de 20/20 min. Não falei nada para o Michel (preferi polpar a ansiedade dele kkk). 
Quando o filme acabou fui tomar banho, pois tinha certeza que agora sim estava próximo. Deitei na cama por volta de meia noite e veio outra contração seguida de um "Ploc", que na hora não consegui identificar. Quando mexi na cama, o líquido vazou e entendi que a bolsa havia rompido.  Gritei o Michel e aí sim avisei que estava próximo de conhecermos nossa menina. Avisamos à Dra Avelina e ligamos para minha mãe vir ficar com o Benjamin. 
Continuei monitorando as contrações que começaram a vir de 6/6 min por volta de 2h50. 
As 3h10 já estavam vindo de 2/2 min e bem fortes, então comuniquei à Dra Avelina e decidimos ir pra maternidade. 
Chegando lá, as contrações estavam ainda mais intensas e o intervalo bem curto entre elas. Achei que já está a com uns 8 cm de dilatação e confesso que fiquei frustada quando Dra Avelina disse que estava com 5cm. Isso por que no trabalho de parto do Benjamin cheguei na maternidade com 9cm, mas se arrastou muito até ele nascer.
Fui direto para o chuveiro enquanto a banheira enchia. Entre um contração e outra meu doulo maravilhoso (Michel rs) foi arrumando a suíte com nossas fotos e luzinhas e colocando as nossas músicas. Essa ambientação foi muito importante. 


Como a água quente aliviou bastante a dor, comecei a sentir que as contrações estava ficando mais espaçadas, e apesar de saber que era bom para dar uma descansada, tinha conhecimento de que quanto mais contrações tivesse, mais próximo estaria do nascimento da Esther. Então comecei a me mexer bastante na bola entre as contrações. Eu julgo que isso foi fundamental para ter sido rápido a evolução da dilatação. 
Dra Avelina sugeriu irmos para a banheira, pois havia demonstrado meu desejo em parir na água. 
Foi aí que as dores se intensificaram mais e pedi ajuda para Jesus. Rs. Quem já passou por isso sabe do que estou falando. 
Comecei a sentir muita pressão e vontade de fazer cocô (esse é um sinal que todos comemoram, porque significa que o nascimento está bem próximo). São os famosos puxos. Nesse momento, a presença do meu marido ali me abraçando, fazendo carinho e dizendo frases de encorajamento foram fundamentais. Porque apesar de saber que o corpo sabe parir, a dor intensa  tira toda a nossa racionalidade. 
Por volta de 5h20 Dra Avelina fez o toque e estava com 9cm. Ela saiu para a antessala da suite, e segundo meu marido, uns 3 minutos depois, eu gritei que ela estava nascendo.