Estudos Antropológicos sobre a Placenta

Curiosidade sobre a placenta
Sabedoria popular recomenda enterrar a placenta debaixo de uma árvore.

O que você vai fazer com sua placenta? Na sabedoria popular ocorrem inúmeros ritos. Alguns gostam de enterrá-la debaixo de uma árvore ou de uma roseira. Alguns médicos mais respeitosos costumam respeitar o desejo da parturiente e guardar a placenta na geladeira para que ela leve para sua casa. As doulas fotografam a placenta – com uma folha de papel. É bonita, parece uma árvore. Depois, as mamães colocam em um quadro. Hoje, existem remédios feitos a partir da placenta.

 “Os costumes  ligados à placenta são infinitos. Na África existem povos que a consideram a parte espiritual da criança, aquela parte dela que a acompanhou do Céu para a Terra. Portanto a conservam e a usam para diferentes rituais pessoais e sociais. Em outras sociedades todas as placentas são enterradas numa colina, a “colina das placentas”. Assim a colina é o equivalente dos nossos cemitérios, somente que está orientada para a vida, não para a morte. Existem métodos empíricos usados pelas parteiras tradicionais da América central e meridional para reanimar uma criança nascida morta: dando fogo à placenta expelida, com o cordão ainda íntegro, ligado ao bebê, para que este retome vida.

É fora de dúvida que permanece uma forma de troca entre placenta e criança mesmo após a expulsão do corpo materno. Tanto é que em outras culturas a placenta é conservada ao lado da criança até a queda do cordão, sem nunca cortá-lo, como sinal de extremo respeito pelos recursos endógenos e pelos tempos da criança, e também na convicção que a placenta continue nutrindo a criança e lhe transmita ainda substâncias preciosas para seu sistema imunológico até estar completamente seca, em seguida poderá ser transformada em remédios (tinturas) que curarão a criança por longos anos e de várias doenças.”   (“Rituais, costumes e virtudes terapêuticas da placenta”).

Do livro:  CVenire al mondo e dare alla luce. Percorsi di vita attraverso la nascita” de Verena Schmid, Milano, Ed. Urra, 2005, pp. 195-6.